O capítulo que fez nós nos apaixonarmos por... Molly Weasley

É difícil identificar o momento em que Molly se tornou uma das nossas personagens favoritas de todos os tempos, mas esta cena emocional é um bom começo.

Harry Potter e a Ordem da Fênix


 Antes de Molly Weasley ser a lenda que matou a Belatrix que todos conhecemos e amamos, havia um tempo em que ela era simplesmente a mãe exasperada de Rony na estação King's Cross. Mas teve um momento específico que deu à Molly um lugar especial em nossos corações para sempre, e tudo que precisou foi um abraço. Vamos voltar para Harry Potter e o Cálice de Fogo, capítulo 36, "Os caminhos se separam".

Antes da terceira tarefa

 Antes de Harry Potter e o Cálice de Fogo, podíamos sempre confiar em Molly para distribuir punições e fazer nós, os leitores, rir do azar dos irmãos Weasley. É claro, nossa favorita foi quando os gêmeos e Rony roubaram o carro para libertar Harry dos Dursleys e eles foram punidos tendo que desgnomizar o jardim. Apesar disso, Rony roubou o carro de novo, e foi saudado com um Berrador repreendendo ele tão alto que todo mundo no Salão Principal podia escutar.

 ... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO... — Harry Potter e a Câmara Secreta



 Antes de "Os caminhos se separam", Molly era a disciplinadora necessária, a mãe rigorosa já que Arthur era tão relaxado. Mas cada repreensão nasceu do amor, e o amor de Molly brilhou mais do que nunca em um dos capítulos finais do quarto livro.

"Os caminhos se separam"


Nós nunca esqueceremos aquela cena horrível onde Harry testemunhou a volta de Lord Voldemort e a morte de Cedrico Diggory antes de ter que explicar os acontecimentos para Dumbledore e Sirius. Além do mais, Harry teve que lidar com a revelação chocante de que Olho-Tonto Moody era, na verdade, o Comensal da Morte, Bartô Crouch Jr. Foi bastante coisa horrível para processar. Traumatizado e em choque, ele tomou uma Poção do Sono na ala hospitalar, para depois ser acordado pelo Ministro da Magia, que deixou claro que não acreditava na história de Harry sobre a volta de Voldemort. Então, ele foi deixado sozinho por Dumbledore, enquanto Rony, Hermione e Molly ficaram ao seu lado.

 Harry se deixou cair nos travesseiros enquanto Dumbledore desaparecia. Hermione, Rony e a Sra. Weasley ficaram olhando para o garoto. Nenhum deles falou durante muito tempo.
 — Você tem que tomar o resto da sua poção, Harry — disse finalmente a Sra. Weasley. Ao apanhar o frasco e a taça, ela bateu com a mão no saco de ouro à mesa-de-cabeceira. — Durma bastante. Tente pensar em outra coisa por um tempo... pense no que vai comprar com o seu prêmio!
 — Harry Potter e o Cálice de Fogo

 Nesse caso, Molly estava lá para Harry. Quando ninguém sabia o que dizer, e até Rony e Hermione estavam perdidos, ela foi a primeira pessoa que tentou confortá-lo e distraí-lo do horror que ele passou. O mais surpreendente, tinha mil galeões na mesa-de-cabeceira que Harry disse que não queria, e Molly não pensou neles nem um minuto quando Harry ofereceu pra ela. Nós sabemos o quão pobres os Weasley eram, e o quanto eles podiam ter feito com aquele dinheiro que Harry estava oferecendo. Em vez disso, a matriarca Weasley não pensou em nada além do bem-estar de Harry.

Harry Potter e a Pedra Filosofal


 Quando se tornou claro que Harry estava totalmente desanimado, Molly deu à ele uma coisa simples que ele precisava: um abraço.

 — Não foi sua culpa, Harry — sussurou a Sra. Weasley.
 — Eu disse a ele que apanhasse a Taça comigo.
 Agora a sensação de ardência passara à garganta, também. Ele desejou que Rony olhasse para outro lado.
 A Sra. Weasley deixou a poção em cima da mesinha, abaixou-se e passou os braços em volta de Harry. O garoto não tinha lembrança de jamais ter sido abraçado assim, como faria uma mãe. Todo o peso do que vira aquela noite pareceu desabar sobre ele quando a Sra. Weasley o apertou contra o peito. O rosto de sua mãe, a voz de seu pai, a visão de Cedrico morto no chão, tudo começou a girar em sua cabeça até ele não conseguir mais aguentar, até seu rosto se contrair todo para conter o uivo de infelicidade que lutava para escapar de dentro dele.
 — Harry Potter e o Cálice de Fogo

Por que esse capítulo importa

 Todos nós sabemos o passado de Harry: ele era um órfão que foi criado em uma casa sem amor ou afeição de sua família, e sempre quis conhecê-la, tanto que, mais tarde, ele sentava e olhava seus pais por horas no Espelho de Ojesed. 

 Ao longo de Cálice de Fogo, quando Harry precisou de uma família mais do que nunca durante o Torneio, foi Molly que apareceu para apoiar Harry durante a última tarefa, quando Harry não estava esperando apoio algum.

 Depois da terrível provação de Harry no cemitério, a presença materna de Molly nunca antes tinha sido tão importante. Apesar de Dumbledore e Sirius terem sido figuras paternas na vida de Harry até aquele momento, quando chegou o momento em que ele precisava desesperadamente de conforto, Molly sabia exatamente o que fazer. Ela o deu o carinho maternal que Harry tão desesperadamente precisava.

 — Sua poção, Harry — disse a Sra. Weasley depressa, enxugando os olhos com as costas da mão.
 — Harry Potter e o Cálice de Fogo

O papel da Molly na vida do Harry




 Apesar de que Molly sempre foi gentil e cuidou de Harry, desde o momento em que ela o ajudou na Plataforma Nove e Três Quartos em Harry Potter e a Pedra Filosofal, ela se tornou muito mais depois de confortá-lo aquela noite na ala hospitalar. Mais do que tudo, esse capítulo marcou o momento em que Harry deixou de ser o amigo do Rony e se tornou família aos olhos de Molly. Nada provou isso mais do que o capítulo nove de Harry Potter e a Ordem da Fênix, "As tribulações da Sra. Weasley", quando Harry encontrou ela tentando expulsar um bicho-papão que tinha tomado a forma de seu pior medo — a morte de sua família — e viu seu próprio corpo morto.

 — Não! — gemia a Sra. Weasley. — Não... riddikulus! Riddikulus! RIDDIKULUS! Craque. Gêmeos mortos. Craque. Percy morto. Craque. Harry morto...
 — Sra. Weasley, saia daqui! — gritou Harry, contemplando o próprio cadáver estirado no chão. — Deixe outra pessoa...
 — Harry Potter e a Ordem da Fênix

 Isso ficou ainda mais aparente em Harry Potter e as Relíquias da Morte, quando a Sra. Weasley deu à Harry o relógio de seu irmão para seu aniversário de dezessete anos. Isso foi especial porque era tradicional dar para um bruxo um relógio quando se tornava maior de idade, e a Sra. Weasley sabia que Harry não teria mais ninguém para lhe dar um.

 — Não é exatamente novo como o de Rony, pertenceu ao meu irmão Fabiano, e ele não era muito cuidadoso com seus pertences, tem um amassado na parte de trás, mas...
 O resto do discurso se perdeu; Harry se levantou e abraçou-a. Tentou colocar muitas coisas não ditas naquele abraço e ela talvez tenha entendido, porque afagou seu resto, sem graça, e, quando o garoto a largou, acenou com a varinha meio a esmo e fez meio pacote de bacon saltar da frigideira para o chão.
 — Harry Potter e as Relíquias da Morte

 Molly esteve lá para Harry desde o começo de sua jornada mágica, e até o final. E, apesar de Harry ter vários outros amigos para ajudá-lo durante o caminho, ninguém mais pensou em dá-lo um abraço depois de um confronto sangrento com Lord Voldemort.


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